Esse post é mais um desabafo...
Fico estarrecida e meu coração se entristece quando vejo que alguém da área docente de Odontologia, que serve de exemplo a muitos alunos, deixa transparecer seus sentimentos elitistas e de exclusão social com alguns setores da sociedade. Isso me fez pensar sobre as aulas de Saúde Coletiva que tivemos no 1º período, será que a estrutura do SUS e, principalmente, seus princípios foram devidamente assimilados pelos estudantes?
Sinto uma necessidade de mudança, de promoção e valorização da saúde bucal. Essa mudança não pode ser conquistada sem que haja uma integração de TODA a população brasileira aos serviços odontológicos, à conscientização da importância vital de se preservar a saúde bucal. Milhares de pessoas pedem para serem submetidas à exodontia por inocência, falta de conhecimento, que lhe impedem de prever as consequências que este ato pode acarretar. Não sou contra exodontias, mas sou terminantemente contra os procedimentos radicais quando pode-se preservar a função do elemento dentário. Sei, porém, que para isso deverá haver grandes melhorias nas políticas públicas que permitam a oferta dos serviços de especialidades odontológicas mais condizentes com a demanda!
O que quero dizer com tudo isso é simples: nós, alunos de graduação, profissionais, ou quem quer que seja... não podemos aceitar que um cirurgião-dentista se refira a um negro, a uma pessoa economicamente desfavorecida, a um agricultor, com desdém. Não é cabível que um profissional de saúde possua pensamentos arcaicos onde a cor, a conta bancária ou a profissão sejam mais valorizadas que a própria pessoa humana!
Só para registrar a pergunta que fiz após o episódio ao qual, meio que ocultamente, me refiro: Professor, em que a COR DA PELE tem relação com esse contexto?
Prefiro acreditar que as novas gerações irão modificar o cenário social, que as pessoas poderão ter acesso e um atendimento HUMANIZADO e qualificado, independente delas poderem pagar R$ 500,00 num tratamento endodôntico ou de não disporem de dinheiro e, por isso, utilizarem o serviço público.
O bom profissional trabalha da mesma forma em ambos os ambientes, mesmo que as condições sejam diferentes o que não pode ser alterado é sua seriedade, responsabilidade e maneira de atender!
Pior de tudo é implantar no coração dos acadêmicos que tudo o que realmente importará é o quanto você pode ganhar, esquecendo o paciente e pensando no lucro, prostituindo uma ciência que a cada dia perde seu valor.
ResponderExcluirSou psicólogo e na universidade onde me graduei o curso é todo cheio de discursos inclusivos, humanitários e tal. Pergunta quantos colegas meus da área clínica atendem igualmente um cliente particular e um cliente de convênio? Pergunta quanto tempo uma pessoa tem que esperar numa suposta fila de espera quando ela diz para a secretária que não é particular? Sei bem do que você está falando e fico igualmente indignado na minha profissão quando vejo esse elitismo anti-ético com que muitos colegas guiam sua carreira... parabéns pelo texto, muito bom.
ResponderExcluirDaniel, concordo! É nessa fase de graduação em que estamos que os sentimentos e ideais sobre a profissão são mais desenvolvidos, aflorados. Se há uma supervalorização do dinheiro por parte da docência (óbvio que não é uma generalização com os professores!) pode ser que futuramente isso gere um capitalismo ainda mais danoso que o que nossa sociedade já vive. Somos o futuro... (um futuro próximo)
ResponderExcluirJuliano, apreciei muito seu comentário! =) perguntas críticas como as que vc citou são importantes para que saibamos identificar em qual estágio nos encontramos. Não apenas nossos colegas, além de olharmos os atos dos outros também devemos exercitar a visualização de nosso próprio umbigo! kkkkkkk Da mesma forma em que observo atos que classifico como arcaicos e inadmissíveis como o do post também percebo que preciso evoluir em muitos aspectos.
ResponderExcluirAssim, através de uma análise da nossa vida é que podemos caminhar de forma mais consciente e acertada. Acredito que quando colocamos Deus em nossas vidas, facilitamos nosso entendimento sobre o que há de importante nela! =D
Drª Ana seu sentimento é digno de nota, quisera Deus todos os doutores - entre eles médicos, dentista, advogados, etc - percebecem o mundo sobre outro prisma além do financeiro que separa, distingue e aniquila de vez a possibilidade de unir, juntar, servir. Tua visão é indiscutivelmente discernida pelo Espírito Santo, sem o qual fica impossível enxergar o mundo. Parabéns. Oro a Deus por sua vida acadêmica para que a mesma seja imensamente proveitosa. Deus te abençoe menina.
ResponderExcluirAmém, Pauloc! Feliz ano novo a todos [aproveitando a oportunidade]! =D
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