Todo estudante da área de saúde tem que lidar com a responsabilidade de aprender os conceitos de anatomia segmentar (ou seja, sistêmica), porém alguns além desta também devem dominar conhecimentos de anatomia topográfica que é diretamente relacionada com seu curso. No caso da odontologia temos a anatomia craniofacial, também conhecida por: anatomia de cabeça e pescoço, anatomia aplicada à odontologia, etc.
Conhecer e amar a anatomia topográfica é o mesmo que estar numa nova residência e explorá-la, conhecer cada espaço e poder alterá-lo conforme as necessidades. É preciso amor em tudo, pois se você não aprecia sua área de trabalho dificilmente poderá manipulá-la para atingir seus objetivos.
A anatomia craniofacial pode ser vista em peças anatômicas (reais ou artificiais), em pessoas vivas (visão de superfície) ou em imaginologia (radiografias, tomografias, etc). Para fazermos uma correta interpretação de uma radiografia cefalométrica, portanto, se faz mister conhecermos os pontos cefalométricos, ou seja, a anatomia. Lembrando que há distinção entre pontos cefalométricos e craniométricos (estes últimos são visualizados no crânio em si).
Muitas pessoas imaginam que a área de atuação do cirurgião-dentista é por demais restrita, porém desconhecem a complexidade e possibilidades com as quais nos deparamos. Quando o leigo pensa no dente, por exemplo, jamais imagina que possuem arestas, morfologia distinta entre dentes de mesmo grupo, cíngulos, etc. Imaginam da forma que sabem: o mais simplista possível, principalmente pela falta de hábito de observá-los meticulosamente. É uma parte de nosso corpo onde raras pessoas, leigas, conhecem adequadamente. Muitas vezes nem percebem exposição radicular, enfim, não há necessidade de prolongar estas observações...
Nossa área de atuação é pequena quanto às dimensões (face, cavidade oral, etc), porém enorme quanto ao conhecimento. Somos profissionais especializados num dos sistemas mais importantes do organismo humano: o sistema estomatognático. Responsável pelo início da digestão, sucesso da fonação (a ausência de dentes modifica drasticamente o modo como se articula as palavras), às vezes pela respiração (respirador bucal), estética e bem-estar geral do indivíduo.
O conhecimento acurado da anatomia craniofacial nos capacita a revertermos situações de perda de função, instabilidade mastigatória, correção cirúrgica de defeitos do complexo buco-maxilo-facial ou decréscimo na estética, favorecendo em muitos aspectos o indivíduo que procura por tratamento especializado.
Portanto, vamos ao estudo! O estudo deve ser hábito do CD, revisão dos conteúdos são tão importantes quanto as capacitações, atualizações. Que a nossa geração consiga avançar com qualidade, cientificidade e humanização. E isso só conseguiremos através do amor pela arte dentária, algumas vezes estudando assuntos que nos empolgam e outras assuntos que nos entediam, mas mantendo a qualidade por responsabilidade pelos pacientes que em nós confiarão. :)
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