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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Câncer Bucal

Esse tema é de fundamental importância para a vivência clínica do cirurgião-dentista, assim como deve ser propagado entre a população de maneira a incentivar medidas de prevenção e alertar sobre a visita regular ao profissional. Neste post, faço um resumo do capítulo concernente ao tema título da postagem que pode ser encontrado na página 39, da obra 'Cadernos de Atenção Básica - Saúde Bucal' nº 17, do Ministério da Saúde, publicado em Brasília - DF no ano de 2006.

Apesar da obra ter seis anos de publicação pouca coisa mudou, visualizo as mudanças mais a respeito de complementos científicos que surgiram com as novas pesquisas, ou seja, o conhecimento que essa obra propaga não encontra dissonância com os artigos atuais sobre o tema, apenas lacunas. Essas lacunas serão preenchidas nos próximos posts, onde dissertarei acerca dos novos conhecimentos. Vamos lá!

O câncer de boca abrange os cânceres labiais e da cavidade oral, de maneira generalista, sendo assim: lábios, assoalho bucal, língua, palato duro, gengivas e mucosa bucal. Está entre as principais causas de morte por câncer o Brasil, devendo-se principalmente ao diagnóstico tardio onde a doença está em fase avançada. Os indivíduos mais acometidos são do sexo masculino, com idade superior a 50 anos e o tipo de câncer mais comum é localizado no assoalho da boca e na língua, sendo o tipo histológico mais frequente o carcinoma epidermóide (células escamosas).

O câncer bucal é uma doença que pode ser prevenida de forma simples, desde que se amplie o acesso aos serviços de saúde e se implemente medidas de promoção à saúde bucal. 

Os principais fatores de risco são:
  1. Culturais e socioeconômicos (que reflete diretamente no acesso ao serviço odontológico)
  2. Tabagismo (principalmente o hábito de mascar fumo, utilizar cachimbo, etc)
  3. Etilismo (que associado ao tabagismo aumenta consideravelmente a predisposição)
  4. Exposição à radiação solar (orientar ao uso do chapéu e filtro solar)
  5. Higiene oral deficiente
  6. Uso de próteses mal-ajustadas
  7. Imunosupressão (aidéticos, pacientes submetidos a tratamentos radioterápicos e/ou quimioterápicos, etc)
O cirurgião-dentista que executa seu trabalho ao nível de Atenção Básica, na Unidade de Saúde (antigo posto de saúde) deve mobilizar-se junto aos Agentes Comunitários de Saúde (pois conhecem a área de abrangência e os moradores) e analisar quais áreas possuem maior risco para o aparecimento do câncer bucal. Onde se concentram homens, a partir dos 40 anos, que possuem dois ou mais hábitos supracitados, para que seja realizado o exame compulsório da cavidade oral. Principalmente em regiões rurais, onde, muitas vezes, o trabalhador não utiliza filtro solar (devido, principalmente, ao seu custo de aquisição) e não possui hábito de utilizar chapéu, ficando exposto diariamente aos raios solares. Porém, deve-se lembrar que apesar da prevalência ser superior (cerca de 2/3) no sexo masculino, não devemos ignorar as mulheres. Sendo assim, quaisquer pessoa que possui fatores de risco deve ser encaminhada ao serviço odontológico para um exame de rotina. Essa cultura deverá ser alimentada pelos Agentes Comunitários de Saúde e pelos profissionais da Odontologia, através de palestras, campanhas, visitas domiciliares, entrevistas na rádio local, etc. O dentista deve encontrar formas de aproximar-se da comunidade, criar com ela vínculo e ganhar confiança para ter um melhor resultado em seu trabalho.

O cirurgião-dentista deve realizar o exame clínico extra-bucal ( exame da face, regiões submandibular e submentoniana e articulação têmporomandibular) e intra-bucal (exame de lábios, bochecha, língua e palato), incluindo a visualização e palpação, de forma a detectar anormalidades. Existem lesões com potencial de se tornarem malignas: leucoplasias, queilose actínica, líquen plano, na sua forma ulcerativa ou erosiva, etc.

Qualquer lesão de tecidos moles que não apresente regressão em 3 semanas deve ser referenciada para diagnóstico!

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