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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Clínica Odontológica I - nº 01

Meu primeiro dia de clínica foi na sexta-feira (17/02/12), estava apreensiva por não saber ao certo o que iria fazer ou em quê iria ser cobrada. Sabia que devíamos aferir a pressão arterial de todos os pacientes, ter atenção ao que nossa dupla do 9º período iria executar e anotar quaisquer dúvidas para dirimir com o professor. 
Chegando lá, tivemos que escolher qual consultório iríamos utilizar até o fim da disciplina, recebemos instrução do professor regente, soubemos que teríamos um tutor e que deveríamos recorrer a ele sempre que se fizesse necessário (evitando sobrecarregar o profº regente), iríamos preencher as requisições de radiografia panorâmica e realizar (sob supervisão da dupla) o exame clínico na cavidade oral dos pacientes.

Após isso, fui à CME e solicitei meu material de exame clínico, organizei os impressos (folha de requisição de exames) na mesa acessória do consultório, conversei rapidamente com D., pois fiquei com ele visto que minha dupla (B. M.) avisou que iria faltar, lavei as mãos e aguardei o 1º paciente chegar.

Ao todo foram 6 pacientes por nós atendidos, todos normotensos, porém com grande quantidade de problemas dentários. Foi fascinante visualizar com o odontoscópio as arcadas, me deparei com molares que estavam destroçados, com um pré-molar que era amarelado e tinha pontos pretos que posteriormente minha dupla disse que era ionômero de vidro que havia sido erroneamente empregado ali. Foi interessante conversar com os pacientes, ver a preocupação deles com a saúde bucal, o desejo de restaurar a função e estética dos elementos dentários além da preocupação evidente em perder algum dente. Inclusive lembro de um sr. que ao receber a informação de que provavelmente teria seu 2º molar extraído questionou sobre a possibilidade de algum tratamento que preservasse, denotando sua preocupação em perder o elemento. Outro paciente possuía prótese dos elementos 11 e 21 fixadas nas raízes dos respectivos dentes, acredito que o nome dado seja coroa, porém a panorâmica datada de 2011 revelava reabsorção radicular do 11 e devido essas coroas serem de TRINTA anos atrás talvez fosse preferível que ele utilizasse uma PPR, esse caso terá continuidade e desejo saber o resultado, lembrando que o pacte não desejou usar a PPR por questões estéticas.

Enfim, o primeiro dia foi empolgante e fez com que meu receio diminuísse. Espero pelo próximo dia! :D


AVISO

Bom dia a todos! 

O 3º período está trazendo diversas novidades para a minha vivência acadêmica, estamos frequentando o laboratório de Dentística pré-clínica I, o CEO de estomatologia e a Clínica Odontológica I. As experiências estão sendo muito ricas, estamos nos aproximando cada vez mais do dia em que teremos contato direto com o paciente, estando ele sob nossa responsabilidade, visto que já temos contato porém a responsabilidade é de um aluno do 9º período que forma dupla conosco (óbvio que tudo com supervisão e aprovação do tutor).


Ontem a professora de Clínica Odontológica I, que também é minha tutora, pediu que fizéssemos um diário sobre nossa vivência na clínica. Dessa forma, postarei aqui o que irei aprendendo e descobrindo nesse ambiente. Espero que minhas experiências possam servir de incentivo para quem deseja cursar odontologia e de aprendizado para quem também está nessa fase em que estou, além de satisfazer à exigência da professora. :)

Vamos ao primeiro post!







quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Câncer Bucal

Esse tema é de fundamental importância para a vivência clínica do cirurgião-dentista, assim como deve ser propagado entre a população de maneira a incentivar medidas de prevenção e alertar sobre a visita regular ao profissional. Neste post, faço um resumo do capítulo concernente ao tema título da postagem que pode ser encontrado na página 39, da obra 'Cadernos de Atenção Básica - Saúde Bucal' nº 17, do Ministério da Saúde, publicado em Brasília - DF no ano de 2006.

Apesar da obra ter seis anos de publicação pouca coisa mudou, visualizo as mudanças mais a respeito de complementos científicos que surgiram com as novas pesquisas, ou seja, o conhecimento que essa obra propaga não encontra dissonância com os artigos atuais sobre o tema, apenas lacunas. Essas lacunas serão preenchidas nos próximos posts, onde dissertarei acerca dos novos conhecimentos. Vamos lá!

O câncer de boca abrange os cânceres labiais e da cavidade oral, de maneira generalista, sendo assim: lábios, assoalho bucal, língua, palato duro, gengivas e mucosa bucal. Está entre as principais causas de morte por câncer o Brasil, devendo-se principalmente ao diagnóstico tardio onde a doença está em fase avançada. Os indivíduos mais acometidos são do sexo masculino, com idade superior a 50 anos e o tipo de câncer mais comum é localizado no assoalho da boca e na língua, sendo o tipo histológico mais frequente o carcinoma epidermóide (células escamosas).

O câncer bucal é uma doença que pode ser prevenida de forma simples, desde que se amplie o acesso aos serviços de saúde e se implemente medidas de promoção à saúde bucal. 

Os principais fatores de risco são:
  1. Culturais e socioeconômicos (que reflete diretamente no acesso ao serviço odontológico)
  2. Tabagismo (principalmente o hábito de mascar fumo, utilizar cachimbo, etc)
  3. Etilismo (que associado ao tabagismo aumenta consideravelmente a predisposição)
  4. Exposição à radiação solar (orientar ao uso do chapéu e filtro solar)
  5. Higiene oral deficiente
  6. Uso de próteses mal-ajustadas
  7. Imunosupressão (aidéticos, pacientes submetidos a tratamentos radioterápicos e/ou quimioterápicos, etc)
O cirurgião-dentista que executa seu trabalho ao nível de Atenção Básica, na Unidade de Saúde (antigo posto de saúde) deve mobilizar-se junto aos Agentes Comunitários de Saúde (pois conhecem a área de abrangência e os moradores) e analisar quais áreas possuem maior risco para o aparecimento do câncer bucal. Onde se concentram homens, a partir dos 40 anos, que possuem dois ou mais hábitos supracitados, para que seja realizado o exame compulsório da cavidade oral. Principalmente em regiões rurais, onde, muitas vezes, o trabalhador não utiliza filtro solar (devido, principalmente, ao seu custo de aquisição) e não possui hábito de utilizar chapéu, ficando exposto diariamente aos raios solares. Porém, deve-se lembrar que apesar da prevalência ser superior (cerca de 2/3) no sexo masculino, não devemos ignorar as mulheres. Sendo assim, quaisquer pessoa que possui fatores de risco deve ser encaminhada ao serviço odontológico para um exame de rotina. Essa cultura deverá ser alimentada pelos Agentes Comunitários de Saúde e pelos profissionais da Odontologia, através de palestras, campanhas, visitas domiciliares, entrevistas na rádio local, etc. O dentista deve encontrar formas de aproximar-se da comunidade, criar com ela vínculo e ganhar confiança para ter um melhor resultado em seu trabalho.

O cirurgião-dentista deve realizar o exame clínico extra-bucal ( exame da face, regiões submandibular e submentoniana e articulação têmporomandibular) e intra-bucal (exame de lábios, bochecha, língua e palato), incluindo a visualização e palpação, de forma a detectar anormalidades. Existem lesões com potencial de se tornarem malignas: leucoplasias, queilose actínica, líquen plano, na sua forma ulcerativa ou erosiva, etc.

Qualquer lesão de tecidos moles que não apresente regressão em 3 semanas deve ser referenciada para diagnóstico!