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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Fórceps Odontológicos

Sei que faz tempo que não posto, porém pretendo continuar com a série de postagens sobre anatomia que iniciei ! Em breve darei prosseguimento, enquanto isso um assunto que não posso deixar de postar (principalmente porque não encontrei uma postagem educativa sobre isto): fórceps odontológicos! 
Para quem está iniciando os estudos sobre cirurgia oral é difícil identificar as diferenças entre eles e aprender qual a indicação de cada um, pensando nisto irei dissertar e aprender à medida que vou descrevendo. :)

Os fórceps são utilizados para realizar exodontias, vou detalhar 10 tipos de fórceps, os mais comumente utilizados: 01, 150, 151, 16, 17, 18R, 18L, 65, 68 e 69.

Para a maxila:

Fórceps 01

Utilizado para extrair incisivos e caninos superiores.
Seu detalhe está na ponta ativa que não encosta uma na outra e seu cabo é reto, sem angulação.

Fórceps 150


Utilizado para extrair incisivos, caninos e pré-molares superiores.
Possui a ponta ativa tocando uma na outra, seu cabo encurva-se para melhor se apoiar na mão, assemelha-se com o fórceps 151, cuidado ao diferenciá-los.


Fórceps 18 L

Utilizado para extrair molares superiores do lado esquerdo. 
Sua ponta ativa não encosta uma na outra e possui curvatura no cabo pro lado esquerdo, cuidado que o 18 R e o 16 também possuem curvatura.

Fórceps 18 R

Utilizado para extrair molares superiores do lado direito.
Muito semelhante ao 18 R, a única diferença está na ponta ativa que é levemente maior que a do seu fórceps-irmão.

Fórceps 65

Utilizado para extrair incisivos e raízes superiores.
Sua ponta ativa faz trajeto descendente e segue para anterior, é bem mais delgada que a dos demais fórceps supracitados para que haja melhor apoio para restos radiculares. Seu cabo é reto.

Para maxila e mandibula:

Fórceps 69

Utilizado para extrair raízes de dentes inferiores e superiores.
Sua ponta ativa é delgada, fecha-se completamente. Seu cabo tem leve curvatura.
Único fórceps utilizado tanto para maxilar quanto para mandibular.

Para mandíbula:

Fórceps 151

Utilizado para extrair incisivos, caninos e pré-molares inferiores.
Diferentemente da maxila, a mandíbula só dispõe desse fórceps para dentes anteriores.
Assemelha-se ao 150, há completo fechamento em sua ponta ativa e seu cabo possui ligeira curvatura.

Fórceps 17


Utilizado para extrair molares inferiores, em ambos os hemiarcos.
Sua ponta ativa fica semiaberta, seu cabo é reto e só é utilizado quando a coroa do elemento é suficiente para acomodar esta ponta ativa, ou seja, não está destruída.

O fórceps 16 vem solucionar a exodontia de molares inferiores que estão com a coroa destruída, podendo até se acomodar na região de furca, caso seja necessário. É o companheiro do 17 que o acoberta quando não dá conta. Sua ponta ativa é como dois ganchos, que também não se fecham em si, seu cabo possui curvatura para a direita.


Finalizamos com o fórceps 68, utilizado para extirpação de restos radiculares da mandíbula, sua ponta ativa é inconfundível com este formato de bico, onde há perfeito fechamento. Seu cabo é retilíneo.


Bom, concluímos assim esta postagem. Espero que seja útil e auxilie na identificação de cada fórceps por suas características e funcionalidade, sem se fazer necessário olhar a numeração no momento do procedimento.

Abraços!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

4- Osso Occipital

Este osso é ímpar, faz parte da calvária porém também faz parte da base do crânio (onde se observa o forame magno), é visualizado nas faces posterior e inferior do crânio.
Apresenta na face externa posterior a Protuberância Occipital Externa, tendo em suas laterais as linhas nucais suprema, superior e inferior que servem para fixação da musculatura da face póstero-cervical.
Possui apenas uma sutura, a sutura lambdoidea para articular-se com os ossos parietais.
A parte basilar do osso occipital apresenta o tubérculo faríngeo, os côndilos occipitais que se articulam com o Atlas. À frente dos côndilos occipitais passa o canal do nervo hipoglosso e atrás vemos o canal condilar para passagem de veia emissária.

A face interna forma parte da fossa crânica posterior (que aloja a ponte, o bulbo e o encéfalo) e apresentam também as fossas cerebelares para acondicionamento do cerebelo.

O ponto de encontro entre as suturas sagital e lambdoide é chamado de lambda.



3- Osso Parietal

O osso parietal é par, localizando-se na porção látero-superior do crânio. Possui as seguintes suturas:


  1. Sutura Sagital (parietal esquerdo + parietal direito);
  2. Sutura Coronal (frontal);
  3. Sutura Lambdoidea (occipital);
  4. Sutura Escamosa (temporal);
  5. Sutura Esfenoescamosa (esfenóide + temporal).
A única destas suturas que não articula-se propriamente com o osso parietal é a esfenoescamosa, porém por didática é estudada em conjunto com as demais que se articulam com este osso.
O ponto de união entre as suturas coronal e sagital é denominada bregma
Em cada osso parietal encontra-se (apesar que existem exceções) o forame parietal, na região superior e mediana, por onde transita uma veia emissária do couro cabeludo para o seio sagital superior.
Uma protuberância pode vista na face superior bilateralmente denominada túber parietal. Olhando-se lateralmente visualiza-se a Linha Temporal Superior (que se inicia no osso frontal, passa pelo parietal e termina no osso temporal). A Fossa Temporal que é uma nítida depressão óssea serve para a inserção da fáscia do músculo temporal.

Vamos entender essa Linha Temporal de maneira mais sucinta:

A Linha Temporal Superior se inicia no osso FRONTAL, passa pelo PARIETAL e termina no TEMPORAL. O contorno que essa linha realiza deixa nítida uma fossa na qual se insere a fáscia do músculo temporal, a Fossa Temporal. Portanto além da Linha Temporal Superior temos também a Linha Temporal Inferior que está acima do arco zigomático. Adiante veremos que assim como a fáscia do músculo temporal se insere acima do arco zigomático, a fáscia do músculo masseter se insere abaixo do mesmo arco. Dessa forma vamos correlacionando e aprendendo um pouco melhor.

A face interna do osso parietal possui o sulco do seio sagital superior.

Abraços a todos!

Lembrando que as anotações aqui feitas não esgotam os assuntos, aprofundem-se! :)

2- Osso Frontal

A partir de agora irei dissertar sobre cada estrutura óssea que compõe o crânio, iniciando pelos ossos do neurocrânio. O osso frontal é didaticamente eleito como a primeira estrutura a ser estudada, vamos lá!

O osso frontal se encontra na região anterior do crânio, é um osso ímpar, plano e pneumático (pois possui o seio frontal em seu interior, na região de glabela). Forma o teto e a margem superior da cavidade orbital. Apresenta duas faces, uma interna e outra externa. Vamos nos deter principalmente nos acidentes anatômicos da face externa. 
A parte orbital do osso frontal aloja a glândula lacrimal através de uma fossa situada lateralmente. Visualizamos a margem supraorbital delimitando a área do globo ocular, acima desta existe uma saliência denominada de arco superciliar que reforça a arquitetura óssea da fronte. Notamos que este arco superciliar é mais proeminente em homens, sendo um dos parâmetros utilizados na odontologia legal para determinar o sexo do esqueleto (óbvio que é apenas um dos muitos parâmetros). A glabela corresponde à região que fica entre os arcos superciliares, onde se localiza internamente o seio frontal (salientando o que foi supracitado).
Na margem supraorbital, lateralmente, podemos observar uma incisura que às vezes se apresenta como forame por onde transitam vasos e nervos para a região anterior do couro cabeludo.
Também observamos o túber ou bossa frontal que é uma elevação óssea bilateral anterior. 

A união do osso frontal com as estruturas ósseas circunjacentes são dadas através de suturas, são elas;


  1. Sutura Coronal (com os ossos parietais);
  2. Sutura Frontozigomática (com o zigomático);
  3. Sutura Frontonasal (com os nasais);
  4. Sutura Frontomaxilar (com as maxilas).
Existe uma projeção do osso frontal denominada processo zigomático do frontal o qual se unirá ao zigoma através da sutura frontozigomática.
A nível da sutura frontonasal observamos a espinha nasal quando estes ossos estão desarticulados.

A face interna do osso frontal contém o início do sulco do seio sagital superior, forma a maior parte do assoalho da fossa crânica anterior (que contém o lobo frontal do cérebro). Lembrando que o seio sagital superior é um dos seios da dura-máter por onde circula sangue venoso.




As figuras servem de subsídio para conferirmos a exata localização de cada estrutura, porém recomendo o uso de algum atlas para melhor apreensão. Bom, mais uma estrutura analisada e descrita! Espero que o aprendizado se faça presente nestas postagens. Um forte abraço!

A tempo, deixo o link de um artigo muito interessante sobre fratura tardia do seio frontal: http://www.revistacirurgiabmf.com/2005/v5n3/pdf%20v5n3/v5n3.6.pdf