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domingo, 19 de agosto de 2012

Ação dos Anestésicos Locais

Um dos assuntos que mais interessam à odontologia é o controle da dor, seja através dos anestésicos ou dos analgésicos. Neste post trataremos do modo de ação dos anestésicos locais, os quais são utilizados em cerca de 95% dos procedimentos clínicos odontológicos.

Para compreendermos esse mecanismo somos 'obrigados' a relembrar um pouco de anatomia e fisiologia do sistema nervoso. Sabemos que o neurônio é a célula que forma todo o sistema nervoso, a unidade fundamental, e que existem dois tipos deles: o sensitivo (aferente) e o motor (eferente). Para interesse desse estudo, iremos considerar o neurônio sensitivo. Ele possui três partes: processo periférico (ou zona dendrítica), processo central (ou axônio) e corpo celular (que se localiza no centro da célula). Os dendritos transmitem a mensagem de um neurônio a outro, através de ligações químicas, o axônio é semelhante a um fio por onde o potencial de ação elétrico se propaga e o corpo celular, neste tipo de neurônio, é o provedor do metabolismo, porém não participa da transmissão do impulso.
Nos seres humanos, a maioria dos nervos é do tipo mielínico, ou seja, possuem uma bainha que reveste o axônio de modo a isolá-lo elétrica e farmacologicamente. Porém essa bainha não é contínua, possui pequenos intervalos, onde há exposição do axônio, que denomina-se de nodo de Ranvier, esse espaço expõe sobretudo a membrana nervosa que é rica em pequenos canais por onde penetram os íons de sódio que estão no meio extracelular. 
O processo pelo qual o nervo periférico transmite um impulso para que o sistema nervoso central interprete como dor está diretamente relacionado e dependente dessa penetração de Na+, pois é a partir dela que o axoplasma (meio interno do axônio) sofre despolarização e gera o potencial de ação elétrico (o impulso nervoso, em outras palavras). Por isso que a ação dos anestésicos locais é específica nesses canais iônicos de sódio.

Existem várias teorias para a explicação do modo como o anestésico atua, porém a mais aceita atualmente é a Teoria do Receptor Específico. Segundo ela: a solução anestésica atua retirando íons de cálcio do canal de íons de sódio e se agregando onde eles estavam, formando um bloqueio no canal onde ele fica obliterado e não há permeabilidade para o sódio. Dessa forma não ocorre a despolarização e é evitado que o potencial de ação elétrico se origine ou se propague, caso já tenha sido originado anteriormente. Seria um receptor específico para a molécula do agente anestésico, que poderia estar localizada abaixo, no axoplasma, ou no meio do canal.

Enfim, desse modo os anestésicos de uso local cumprem seu dever: controlar a sensação de dor através do bloqueio químico na membrana nervosa, possibilitando ao cirurgião-dentista realizar suas atividades e ao paciente se submeter sem medo aos procedimentos.

:)

Um caso clínico de CTBMF

Em 18/08/12 ocorreu um acidente que necessitou de atendimento e avaliação do cirurgião e traumatologista buco-maxilo-facial. Para sintetizar a postagem vou citar as condutas tomadas pelo cirurgião e expor duas imagens, uma do momento em que o paciente chegou ao hospital e outra do momento trans procedimento. O objetivo dessa postagem não é questionar condutas mas incitar os leitores à curiosidade e estimular o estudo dessa especialidade tão nobre. Infelizmente não disponho das radiografias, portanto a postagem fica incompleta sem esses exames. Vamos lá:

1) Alcoolismo + motocicleta + BR = acidente (a fórmula mais óbvia do mundo);

2) Ida ao hospital local;

3) Laceração na região da comissura labial até o corpo da mandíbula, incluindo rompimento arterial e nervoso com exposição óssea;

4) Encaminhamento ao hospital de referência para atendimento especialista;

5) Radiografias (Face PA e perfil, Hirtz e Wargas);

6) Antissepssia com clorexidina degermante;

7) Posicionamento do campo cirúrgico;

8) Anestesia com vasoconstrictor (Lidocaína a 2% + epinefrina [não lembro a concentração]);

9) Sutura com cate-gute [vasos] e nylon 4.0 (aproximadamente uns 50 nós de sutura), incluindo fixação da mandíbula por meio de sutura com a mucosa labial;

10) Indicação cirúrgica para colocação de pinos de titânio no corpo da mandíbula a fim de fixá-la;

11) Internamento hospitalar pré-operatório;
















Daí em diante não posso mais narrar visto não ter acompanhado o paciente. Espero que tenham gostado. Abraços!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Clínica Odontológica II - nº01

Os atendimentos na clínica recomeçaram no dia 07/08/12, porém esse dia foi destinado às requisições de exames de imagem e laboratoriais. Ontem (14/08/12), os pacientes (a maioria) trouxeram os resultados e realizamos a triagem para destiná-los às clínicas onde receberão atendimento de acordo com a complexidade. Estou muito feliz pois continuo com as mesmas pessoas, T.R. que agora está no 10º período e N.G. que é minha colega de sala. No período passado nosso trio revelou muita afinidade, foi uma fórmula que deu certo! Nada melhor que continuar juntas. As idas ao Shopping após as clínicas também recomeçaram... kkkk A terça-feira sempre é mais feliz que os outros dias, pois além de termos seriedade no que fazemos, temos a amizade que nos faz rir de bobagens e sermos companheiras em muitos momentos. Tenho certeza que essas clínicas me serão inesquecíveis e uma fonte profunda de saudade e boas memórias. Estou sentindo falta de D.L. mas sei que a ausência dela é provisória e devido ao doutorado que ela está concluindo em SP. Que ela volte logo... e com o título conquistado. :)

4º Período

Well, faz uma semana apenas que as aulas recomeçaram. Talvez seja precipitado afirmar que esse período vai ser trabalhoso porém não tão difícil, talvez seja otimismo dizer que algumas disciplinas serão fáceis de aprovar... enfim! Estou gostando das disciplinas, dos professores (todos já conhecidos), do horário de aulas (exceto da terça à noite ¬¬') e continuo com a turma praticamente imutável (apesar que agora somos 48, antes 54).
A grande novidade para esse período é que estou em outro apartamento, onde tenho outros compromissos (agora preciso cozinhar! kkkk mas é ótimo porque estou muito desejosa de aprender culinária ^^) e outra colega (que, assim como a anterior, também estuda Direito). Além disso, não poderia deixar de citar algo fantástico: minha turma está atendendo com mais autonomia no CEO de Estomatologia ! Eu e minha dupla (M.E.) fazemos todo o atendimento (sem estarmos subordinadas aos períodos avançados) e levamos o caso ao professor (que, óbvio, dá o veredicto e tratamento final). É muito bom poder atender o paciente e se responsabilizar pela escolha da melhor conduta a ser tomada para resolver o problema que o levou até ali. 
Neste período sinto que minha responsabilidade aumentou numa medida próxima a das minhas competências, podemos associar o que aprendemos e aplicar nas clínicas de maneira mais segura. Aos poucos vamos caminhando e nos desfazendo da necessidade de apoio em todo procedimento de pequena complexidade. Olho para os colegas do décimo período e fico imaginando como estarei nesse estágio, peço a Deus que, quando ali chegar, tenha me preparado e esforçado o suficiente para ser a melhor nova dentista possível. =]

Que Deus abençoe minha turma, minha colega de apartamento, minha ex-colega, enfim... todos nós.